A propósito do Congresso sobre Rádio, e num resumo do que foi dito na mesa “A convergência multimédia como um desafio técnico e humano”, Luís Bonixe escreve o seguinte: “o jornalista multifunções não existe. Em determinados momentos e perante determinados acontecimentos jornalísticos, é normal que um jornalista recolha sons, imagens (vídeo e fotografia), escreva no blogue e actualize o twitter. Mas essas serão as excepções”.
Não é a primeira vez que ouço este tipo de afirmações, mas continuo a dizer que discordo desta visão. Lembra-me o tempo em que o uso do computador pelos jornalistas também era uma excepção, em que pesquisar na Internet era igualmente singular ou quando tirar fotografias era coisa exclusiva de fotojornalista.
Como tenho vindo a dizer, o jornalista do futuro é multimédia, multitarefa e multiplataforma, pelo que as escolas de jornalismo devem criar um ambiente de formação que permita aos seus estudantes uma plena integração no novo ecossistema mediático. Para isso é necessário aproximar a investigação do ensino, testar novos modelos de comunicação e incentivar os alunos a participarem em projectos extracurriculares.
Foi este o caminho que escolhemos para os alunos de Jornalismo da UBI. Se, como dizem, o “jornalista multifunções” é uma excepção, então os nossos alunos são excepcionais. E ainda bem.