No evento O Futuro do Jornalismo (UBI) discutiu-se muito o papel dos cidadãos no processo de produção de notícias. Mais uma vez se constatou que os cidadãos querem participar, mas os jornalistas e as empresas de comunicação têm dificuldades em integrá-los num espaço que reclamam apenas para si. Comentar, sim. Mais do que isso, não.
No outro extremo estão os defensores daquilo a que chamam “jornalismo do cidadão”, expressão que não aceito enquanto não se falar também em “arquitectura do cidadão” ou em “medicina do cidadão”, só para citar dois exemplos.
De um lado os que querem os cidadãos a produzirem notícias, do outro os que apenas os deixam comentar ou redistribuir notícias. Quem tem razão? Ninguém: a posição correcta está no meio termo.
Os cidadãos podem, e devem, participar no processo noticiosos, mas em determinados momentos perfeitamente identificados. E quais são? chamar a atenção para determinados acontecimentos que podem ser objecto de notícia, acrescentar informação às notícias e proceder à sua redistribuição.
Se os alertas e a redistribuição das notícias já têm processos estabilizados – através de email e das redes sociais – a actualização de notícias, geralmente pela correcção ou introdução de novos dados, fica-se pelos espaço de comentários e raramente é incorporada na notícia porque, como alguém dizia no já referido evento, “os jornalistas fecham-se na sua torre de marfim”. É neste contexto que o Fixmedia, um projecto crowdfunding que permite aos cidadãos alterar as notícias, acrescentando novas informações ou corrigindo erros.
Excelente projecto que merece a divulgação e o apoio.